domingo, 12 de dezembro de 2010

Consumo Indiscriminado de Medicamentos no Mundo.



A automedicação é uma forma comum de auto-atenção à saúde, consistindo no consumo de um produto com o objetivo de tratar ou aliviar sintomas ou doenças percebidos, ou mesmo de promover a saúde, independentemente da prescrição profissional. Esta prática pode ser observada por diversas formas como: adquirir o medicamento sem receita, compartilhar remédios com outros membros da família ou do círculo social, utilizar sobras de prescrições, reutilizar antigas receitas e descumprir à prescrição profissional, prolongando ou interrompendoprecocemente a dosagem e o período de tempo indicados na receita.


Vários fatores econômicos, políticos e culturais têm contribuído para o crescimento e a difusão da automedicação no mundo, tornando-a num problema de saúde pública. Para os países pobres, oacesso da população aos serviços de atenção formal à saúde é dificultado, os gastos com a produção e distribuição de medicamentos essenciais são contidos. Nos países desenvolvidos, cresce a pressão para a conversão de medicamentos POM (Prescribed Only Medicines), de venda condicionada à apresentação da receita, em medicamentos OTC (Over-the-Counter), vendidos livremente. Ao mesmo tempo, os planos de saúde restringem o reembolso dos gastos com medicamentos prescritos. Ou seja, mais disponibilidade de produtos no mercado gera maior familiaridade do usuário leigo com os medicamentos e isso contribui para o consumo indiscriminado.


Um estudo demonstrou que, durante um período de observação, 113.000 pessoas morreram nos Estados Unidos devido a reações colaterais de remédios ou por erros nas prescrições. O grupo vitimado por prescrições erradas somou 7.000 pessoas daquele total, logo podemos ver que a vasta maioria sofreu daquilo que naturalmente chamamos de "reações colaterais" dos medicamentos receitados pelos seus médicos.


Estimativas declaram que morrem, no mínimo, 225.000 pessoas por ano nos Estados Unidos vitimas de tratamentos médicos convencionais, fazendo com que isso seja considerada a TERCEIRA maior causa de mortes no ocidente, perdendo apenas para doenças cardíacas e câncer. Um quadro similar pode ser visto na Grã-Bretanha.


O MCA (Medicines Control Agency – Agência de Controle de Medicamentos), que monitora a segurança dos medicamentos após entrarem no mercado, demonstrou que, no ano 2000, 33.109 reações adversas de remédios foram reportadas, sendo que 14.500 delas foram consideradas graves, resultando em 600 casos de morte.


Os profissionais de saúde se preocupam em curar e/ou amenizar o sofrimento dos pacientes, dedicando-se a isso da maneira mais intensa possível. Ninguém pode desejar que pacientes morram devido a procedimentos médicos. Se isso ocorresse na indústria aeronáutica, providencias seriam tomadas e a segurança de vôo seria restabelecida, fazendo com que os passageiros voltassem a utilizar os serviços da companhia aérea afetada. Com os pacientes, isso não ocorre. Dentro de uma estimativa muito conservadora, medicamentos matam ao redor de 113.000 pessoas por ano somente nos Estados Unidos. Isso não poderia acontecer!


A situação se agrava, pois os médicos se comportam seguindo cegamente o que lhes é propagado pelas indústrias farmacêuticas que, dependendo dos estudos feitos para cada medicamento a ser lançado no mercado, somente enfatizam os efeitos benéficos, sendo que os contra-efeitos serão conhecidos apenas com o passar do tempo.


O que fazer para reverter essa situação? Seria ideal que a mídia e os governantes passassem a se interessar pelo tema e que os órgãos regulamentadores trabalhassem de forma mais eficaz, de preferência focando na educação da população quanto ao uso racional de medicamentos, seus prós e contras.


Do que adianta bilhões de medicamentos serem produzidos anualmente em todo mundo se isso contribui para o agravamento da saúde da população mundial?



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