terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Uso Indiscriminado de Medicamentos em Adultos.


Existe uma crença sociológica de que os medicamentos são capazes de solucionar todos os problemas da humanidade. A sociedade evoluiu para um estado em que se utilizam medicamentos em situações que não são totalmente qualificadas como doença. Por vezes alterações físicas meramente estéticas são motivo para uma pessoa consumir inúmeros medicamentos. Dessa forma, observa-se que medicamentos têm sido considerados como bens de consumo e não como um instrumento terapêutico pela sociedade.


No Brasil, são poucos os estudos sobre consumo de medicamentos em adultos. Entretanto, sabe-se que há uma grande diferença de utilização por sexo: mulheres fazem um maior uso de medicamentos. Tal diferença pode estar relacionada com o uso de contraceptivos. Todavia, eliminando-se o uso exclusivo desse grupo medicamentoso, a prevalência ainda é maior do que nos homens. As mulheres possuem maior preocupação com a saúde e procuram mais os serviços de saúde. Além disso, vários programas de saúde (pré-natal, prevenção de câncer do colo uterino e da mama) são voltados para as mulheres; em função disso, elas ficam mais sujeitas à medicalização. Esses fatores podem explicar, ao menos em parte, o maior uso de medicamentos por esse grupo.

A principal causa que leva os indivíduos a se automedicar relaciona-se com sintomas considerados menores como a gripe, a constipação e tosses. Do total de medicamentos utilizados por adultos, os analgésicos e anti-inflamatórios são os que apresentam maior percentual de uso.

Devido a um cotidiano agitado, muitas pessoas recorrem a automedicação, para economizar a consulta médica e o exame diagnóstico. Existem pessoas que fazem uso de medicamentos que sobraram, sem ter certeza de que se trata da mesma doença. Outras não sabem que a indicação do balconista, ou de amigos, pode induzir à compra de medicamentos sem garantia de qualidade. Outras ainda com uma única receita médica, no mesmo dia, compram várias vezes o mesmo remédio e o consome indiscriminadamente. É comum encontrar pessoas que ingerem dose dobrada de uma medicação esperando obter efeito mais rápido, o que não acontece e ainda pode piorar o quadro. Pessoas que tomam medicamentos sem orientação médica justificam que a autoconfiança é o principal motivo para esta atitude, sem contar o forte impacto das propagandas de medicamentos, que favorecem o aumento de casos de automedicação e, consequentemente o consumo indiscriminado de medicamentos.

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