terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Uso Indiscriminado de Medicamentos em Idosos.




No Brasil, a proporção da população acima de 65 anos está aumentando e o uso de medicamentos nesta faixa etária é muito elevado (é o maior quando comparado às demais faixas etárias). A maioria dos idosos consome, pelo menos, um medicamento, e cerca de um terço deles consome cinco ou mais simultaneamente. A média de produtos usados por pessoa oscila entre dois e cinco.

Além da idade, outros fatores que apontam para o uso de medicamentos têm sido identificados pelo país. No grupo dos idosos, as mulheres mais velhas, com maior renda familiar e com mais sintomas utilizam mais medicamentos prescritos. O tamanho da família e uma má qualidade dos serviços de saúde são fatores que levam ao consumo de produtos de venda sem prescrição médica.

Além dos idosos consumirem mais medicamentos que outras faixas etárias, eles costumam enfrentar diversos problemas relacionados ao uso de medicamentos. O funcionamento do organismo dos idosos é mais lento e isso exige uma redução na dose do medicamento. Além disso, são particularmente mais vulneráveis aos efeitos colaterais, que ocorrem de forma mais freqüente. Os idosos geralmente têm múltiplas doenças, fazem uso de mais de um medicamento, aumentando assim o risco de interações medicamentosas e efeitos indesejados.

Uma pesquisa realizada no Rio de Janeiro com uma amostra de 634 mulheres sobre a Avaliação da qualidade do uso de medicamentos em idosos, verificou que 52,7% das mulheres faziam uso de 1 a 4 medicamentos, 34,4% utilizavam entre 5 e 10 medicamentos e 3,8% utilizavam mais de 10 medicamentos, regularmente. A maior parte dos medicamentos utilizados foi prescrita por médicos (83,8%), sendo os demais indicados por amigos, vizinhos, através de veículos de comunicação e por balconistas de farmácias e drogarias. As classes terapêuticas mais consumidas foram: complexos vitamínicos (8,7%), analgésicos (8,4%), psicolépticos (6,1%), bloqueadores dos canais de cálcio (5,8%), antiinflamatórios (5,6%), diuréticos (4,8%), antiácidos, antiflatulentos e antiulcerosos (3,7%), ß bloqueadores (2,9%), suplementos minerais (2,7%) e inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA) (2,5%).
Quanto à utilização de fármacos inadequados, obteve-se o seguinte: dentre os 2.510 medicamentos utilizados, 84 (3,5%) continham fármacos que poderiam ser substituídos por outros mais seguros, isto é, com menores efeitos adversos. O resultado pode ser melhor observado na tabela abaixo:


Ressalta-se a importância de uma avaliação adequada no momento da prescrição, pois tais associações só tendem a aumentar a incidência de efeitos adversos. A prescrição é um dos fatores capazes de interferir na qualidade e na quantidade do consumo de medicamentos. O profissional responsável pela prescrição, deve possuir, e usar, uma série de informações (dose, custos, via de administração, efeitos adversos e eficácia) no momento da prescrição.

A indústria farmacêutica e seu marketing poderoso são responsáveis pela prescrição e consumo de medicamentos sem eficácia estabelecida e desvinculados da realidade da população. Como a decisão médica a respeito do medicamento envolve, além dos fatores supracitados, as opções de medicamentos existentes no mercado, os organismos responsáveis pela aprovação de "novos medicamentos" devem assegurar a oferta de produtos seguros e eficazes já no registro. A utilização de medicamentos genéricos deveria ser levada em conta por qualquer sociedade que desejasse vivenciar uma política racional de uso de medicamentos.

A população e os profissionais de saúde devem exigir das autoridades sanitárias medidas concretas, no sentido de impedir, ou ao menos diminuir, a presença no mercado de produtos perigosos para a população.

Programas específicos de atenção ao idoso, como as universidades da terceira idade, podem ser importantes locais para realização de programas assistenciais, de educação continuada e de pesquisas, e, também, centros de referência de estudos e formação de recursos humanos.

Atividades educativas, tanto para os profissionais quanto para os alunos, podem ser realizadas, buscando-se o aprimoramento do uso de fármacos pelos idosos. Tais informações poderiam ser transmitidas através de vídeos, palestras e cursos, com ênfase especial no papel que o farmacêutico pode desempenhar como educador.

Cuidados ao usar medicamentos em idosos:

* É fundamental o acompanhamento do idoso pela família nas consultas médicas e na administração de medicamentos.
* É importante não interromper o tratamento, respeitar os horários de administração e as doses dos medicamentos.
* Se observar o aparecimento de qualquer sintoma, suspenda a medicação e procure um médico imediatamente.

Fonte:

Artigo: Avaliação da qualidade do uso de medicamentos em idosos.

Um comentário:

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